domingo, 20 de novembro de 2016

Será que você é mesmo apaixonado por carros? Será?!

   Hoje eu abordo um tema que minha esposa me sugeriu e achei bem pertinente, além de traduzir uma realidade.

   Somos apaixonados por carro (pode ser estendido para as motocicletas também) ou pelo status que essas "coisas" nos conferem?

Sugestão de matéria: Ana Paula C. Lima

   Após ler o link (http://dinheirama.com/blog/2016/10/25/brasileiro-apaixonado-carros-status/) e pesquisar um pouco sobre o assunto, você, que talvez não acredite nisso passa a perceber que se intitular "apaixonado" por carro (como uma rede de postos de combustíveis veiculou seu slogan, muito bem veiculado, diga-se de passagem), possui mais significado do que realmente se mostra. Quem não quer possuir um carro, quem não deseja sair no fim de semana, pegar uma estrada, sem se preocupar com ônibus cheios, aperto, calor, hora de voltar, apenas ligar seu carro e viajar. Pois é, o carro em si representa um tipo de liberdade, ou seria uma prisão, pois você poderia fazer algo parecido sobre uma bicicleta, caminhar (claro que as possibilidades se reduzem), mas a cultura em países como o Brasil, é de "TER" o bem chamado automóvel, pois você cresce vendo todos terem carros, o sonho de boa parte dos jovens (já estive nesse grupo) é ter seus 18 anos, tirar sua carteira de habilitação e comprar seu primeiro carro...

(18 anos? Pra quê ser "tão velho" para ter seu primeiro carro?)


Olha a cara de felicidade (Link da matéria)

...O bem da verdade é que crescemos vendo todos terem carros, somos a todo instante bombardeados pela mídia para que compremos carros novos, a cada seis meses os carros recebem mínimas mudanças visuais e são nomeados como "novo...", modelo 2017 (por exemplo), tudo isso envolto de "inúmeras facilidade financiamento". Mas na maioria das vezes as pessoas não percebem como os carros são caros no nosso país, carros iguais em outros países e até mesmo os produzidos aqui e exportados são vendidos por preços bem menores lá fora, contudo um grupo dos que se dizem apaixonados por carros se vangloriam dos carros, alardeando aos seus pares o quão caro custou aquele carro e quando você imagina que para por aí se surpreende com aqueles indivíduos que literalmente ostentam os carrões...


Eeerrrr..., ostentação errada! (kkkkk)




    Todo esse luxo ostentado ou mesmo a glória de ter um carro, por mais popular que seja, dá ao dono do carro o status de ser diferente, ou estar em situação diferente daqueles que se apertam em ônibus e metrôs lotados todos os dias, por mais que se passe horas nos engarrafamentos o importante é estar na tranquilidade de seu carro, curtindo um ar-condicionado e uma música, mesmo que se pague um ipva caríssimo (que é usado pra tudo, menos para manter nossas ruas livres de buracos), mesmo que se perca em média um mês por ano (https://transportehumano.wordpress.com/2008/06/29/por-ano-brasileiro-passa-um-mes-inteiro-no-carro/) dentro do carro, o importante é TER o carro.

   Numa rápida pesquisa você percebe que em países onde os transportes públicos funcionam bem, nos lugares onde existe o incentivo para trocar o carro pela bicicleta as coisas são bem diferentes...


Bicicletário do metrô de Amsterdã (que confusão)

...em Amsterdã chega a faltar vagas para tantas bicicletas (http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-vagas-para-bicicletas.html), em locais assim o carro se torna um mero meio de transporte, geralmente utilizado apenas em fins de semana, ou quando é estritamente necessário.

   Numa rápida comparação, fazendo a chamada conversão "burra" (onde a conversão da moeda é no sentido estrito da palavra), um Golf no Brasil custa a partir de R$ 78.000,00, enquanto que nos Estados Unidos o mesmo carro, inclusive com motorização um pouco mais forte é vendido a partir dos U$ 19.850,00 ou algo em torno de R$ 67.466,00 na chamada conversão burra, sem levar em conta que lá consegue-se esse valor num tempo mais curto de trabalho que aqui (trabalhado em funções semelhantes)...


Nos Estados Unidos, enquanto que aqui...


...melhor não comentar.

...lembrando que se formos comparar os ipva's daqui e de lá, é que vemos como somos enganados e não nos damos conta que o status proporcionado pelo carro é mais do que apenas gastar bastante grana com o carro, enquanto que aqui eu pago na minha Dafra, modelo Super100, ano 2011 algo em torno de uns R$ 400,00 por ano, qualquer carro até 2.000 quilos na terra do tio Sam paga U$ 42,00 (apenas quarenta e dois dólares) para ser licenciado. Ou seja, em 2021 eu terei pago mais em licenciamento do que o valor que adquiri minha moto (R$ 3.600,00).

   Claro que ser apaixonado por carro envolve muito mais coisa que a minha fria avaliação feita nesta matéria, mas pensar friamente ajuda a enxergar as coisas de outro modo.

Por isso que lhes pergunto. Somos mesmo apaixonados por carro? Ou pelo status que ele nos confere? Pensem nisso!

Rabugento Cultura Custom


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